Por isso, a Estratégia de Implementação da Política de Informática aborda necessariamente a procura não só
de habilidades em ICTs em larga escala (incluindo a engenharia e análise de sistemas, desenvolvimento de
software, engenharia de redes, todo o tipo de manutenção de equipamentos em ICTs, desenho e desenvolvimento
de bases de dados, sistema de controle da qualidade e entrada de dados, etc.) mas também de conhecimentos
sobre concepção e gestão de projectos, bem como uma ampla capacidade para a gestão de mudanças. Ela
deverá assegurar que os programas envolvendo parcerias – tanto do sector público como do privado – sejam
efectivos na transferência de conhecimentos e habilidades para as instituições e individous nacionais.

3.2. Infra-estrutura

A

s redes telefónica e de electricidade existentes atingem actualmente todas as capitais provinciais, mas
continuam a deixar de fora cerca de 90% da população que reside nas zonas rurais. 60% a 70% da
população é coberta pela rádio nacional e várias rádios comunitárias foram lançadas recentemente. A
televisão nacional atinge 30% a 35% da população residente principalmente nas zonas urbanas. Sendo o
acesso às ICTs um grande constrangimento, várias medidas foram estabelecidas visando estender a infraestrutura básica necessária para expandir o seu uso.
O plano, de electrificaçãoà responsabilidade Ministério dos Recursos Minerais e Energia, prevê a electrificação
de todas as capitais distritais até 2004. Os hospitais rurais são uma prioridade imediata, estando em curso a
implementação de sistemas de energia solar nos mesmos. Está igualmente planeada a electrificação de escolas
secundárias nas zonas rurais.
No que diz respeito ao sector de telecomunicações, está sendo implementado um ambicioso Programa de
Desenvolvimento da Infra-estrutura da Rede Nacional de Telecomunicações, cujo principal objectivo é
assegurar o necessário suporte de infra-estrutura conducente à implementação de uma verdadeira Infraestrutura Nacional de Informação, através de uma carteira de projectos equilibrada, que permita uma resposta
eficaz às necessidades do país.
O desenvolvimento desta infra-estrutura a curto prazo visa, através duma selecção e adopção de tecnologias
modernas, criar as condições para:
" O estabelecimento de uma espinha dorsal de comunicações entre os principais centros urbanos do
país;
" O aumento da cobertura geográfica estendendo a rede para as zonas rurais;
" A disponibilização e oferta de novos produtos e serviços de telecomunicações;
" A melhoria da qualidade e disponibilidade das comunicações;
" O desenvolvimento da integração regional e internacional; e
" A criação de vantagens competitivas para o país na atracção e captação de investimentos.
Para cumprir com os objectivos acima descritos, o país terá que canalizar elevados recursos de
investimento para o desenho e implementação de projectos de impacto estrutural, como sejam:
" O desenvolvimento da espinha dorsal da Rede Nacional de Transmissão;
" A expansão e modernização da rede e sistemas de comutação telefónica digital em todas as capitais
provinciais e principais centros urbanos;
" A expansão e modernização da rede das áreas metropolitanas e suburbanas da Cidade de Maputo;
" Projectos integrados de comunicações rurais; e
" O desenvolvimento de redes de telefonia móvel celular.
Avanços significativos têm sido dados no sentido de assegurar a implementação do programa dentro dos
prazos estipulados. Dentre estas acções, destaca-se a conclusão de importantes projectos de construção da
espinha dorsal da Rede Nacional de Transmissão como sejam a ligação de fibra óptica submarina entre Maputo
e Beira, com pontos de amarração intermediários em Xai- Xai, Inhambane e Vilanculos, numa extensão de
cerca de 1000 km, com um débito de 2,5 Gb/s por par de fibra. Este importante sistema que assegura a
disponibilidade de uma infra-estrutura de suporte à aplicação de banda larga entre o Sul e o Centro do País
será complementado por uma ligação em feixe hertziano digital de alto débito entre a Beira e Chimoio, cuja
conclusão está prevista para o final de 2002.
Este programa deverá ser ainda implementado no decurso desta década, interligando todas as capitais
provinciais através de redes de alto débito, com recurso às mais diferentes tecnologias, designadamente
feixes hertzianos e fibras ópticas submarinas, directamente enterradas no solo ou implantadas sobre as
redes de transporte de energia eléctrica.
A expansão e modernização das redes de comutação e de acesso irá assentar no redesenho da sua arquitectura,
tirando partido das técnicas de planeamento de redes, permitindo uma transição gradual para os novos
suportes tecnológicos baseados na utilização extensiva da comutação por pacotes.
A extensão da cobertura para as zonas rurais será feita com recurso a soluções que permitam levar as
comunicações a essas zonas em condições de total equidade para os utilizadores, adoptando-se para o efeito
tecnologias que atendam ao binómio custo-eficiência. Para este fim, estão sendo equacionadas tecnologias de
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